terça-feira, 25 de outubro de 2011

A Energia da Autocura


No início do século XX, Albert Einstein já sinalizava que matéria e energia são dois lados da mesma moeda quando postulou sua Teoria da Relatividade. A partir de então começamos a observar os fenômenos de uma forma diferente que a proposta cartesiana vigente e que nos acompanha, de certa forma, até os dias de hoje.
Mas foi a compreensão do ser humano como um ser de energia, composto por mais corpos que o físico, que abriu as portas e o caminho para o surgimento da Medicina Vibracional.
Os orientais há milênios têm essa visão e compreensão do mundo e do ser humano. Para eles, a vida é uma manifestação energética que se expressa de maneira dual: masculino/feminino, sol/lua, homem/mulher, noite/dia, matéria/energia, entre outras, sendo a matéria uma manifestação da energia e vice-versa. Podemos concluir, então, que tudo é matéria e energia ao mesmo tempo, o que diferencia uma forma de manifestação da outra, nada mais é que a sua vibração ou densidade. Quando densa ou com baixa vibração, é matéria e quando sutil ou com alta vibração, é energia não-visível, por assim dizer.
E é neste sentido que a Medicina Vibracional compreende o homem, os animais, plantas, enfim, tudo que faz parte do Universo: seres de matéria e energia. E essas duas dimensões são partes de um mesmo todo, apenas qualitativamente diferenciadas.
A Medicina Oficial, alopática, especializou-se na manifestação densa da energia no ser humano e nos animais, o corpo físico-orgânico compreendendo suas leis bioquímicas, fisiológicas, anatômicas. Sua forma de aplicar o tratamento é condizente com sua maneira de ver e compreender esse universo. Para tanto, utiliza-se de drogas químicas, cirurgias, dentre outros recursos. Ou seja, a Medicina Oficial trata a matéria com a matéria.
Já a Medicina Vibracional compreende o ser humano de forma integral. Este ser é um todo bioenergético, onde não há divisões entre as manifestações densas e sutis, entre a mente e corpo, entre a matéria e a energia. Sua forma de tratar é coerente com sua visão, ou seja, ela trata a energia por meio de estímulos energéticos. Nesta visão, o homem é um todo físico-orgânico e energético, sendo que esse aspecto sutil pode ser compreendido como sendo o psíquico e o espiritual. Se especificarmos ainda mais, o psíquico pode ser dividido em emocional e mental. O ser humano é, portanto, um todo físico-orgânico, emocional, mental e espiritual.
De acordo com esta visão, sendo o ser humano uma manifestação e expressão da energia, a Medicina Vibracional vai focalizar sua atenção no aspecto sutil do homem. É nesta dimensão que tudo acontece: a saúde e a doença, o equilíbrio e o desequilíbrio, a harmonia e a desarmonia. Como a origem de tudo está na energia, o homem começa a adoecer ou a se curar nos níveis psíquico e espiritual, mas, só posteriormente a doença ou a saúde irão se manifestar no nível físico. O aspecto energético é composto das emoções e dos pensamentos que, por sua vez, geram os comportamentos.
Da mesma forma que a Medicina Oficial é condizente com seus pressupostos, ou seja, trata a matéria com a matéria, a Medicina Vibracional também o é, tratando a energia com a energia, buscando o equilíbrio energético através de várias técnicas terapêuticas como Homeopatia, Fitoterapia, Cromoterapia, Reiki, Florais, Óleos Essenciais, Argiloterapia, Bioenergética, Radiestesia, Cristais, dentre outras. Todas estas técnicas visam, acima de tudo, ao equilíbrio dos aspectos sutis e utilizam estímulos energéticos em seus tratamentos.
Logo, se a origem de tudo está na energia e sendo o corpo a sua expressão, o pronto restabelecimento dos aspectos sutis irá proporcionar a cura no nível físico.
A Medicina Vibracional é milenar e fruto do autoconhecimento e consciência do Todo que o ser humano utilizava em seu dia a dia, e isto foi sendo esquecido ao longo do tempo em virtude das transformações sociais de cada época. Nesta jornada o homem adquiriu um vasto conhecimento da vida em seus aspectos exterior e material, utilizando para isso a ciência e desenvolvendo tecnologias.
Agora sua atenção está se voltando, cada vez mais, para o universo interior, para seu mundo interno e sutil. A Medicina Vibracional ressurge, pois, como um recurso que o ajudará na jornada de volta para si mesmo, para o retorno da sua capacidade de autocurar-se.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A ENERGIA DO EQUILÍBRIO


Quando voltei ao Brasil, depois de residir doze anos no Japão, me incumbi da difícil missão de transmitir o que mais me impressionou do povo Japonês: kokoro.
Kokoro ou Shin significa coração-mente-essência.
Como educar pessoas a ter sensibilidade suficiente para sair de si mesmas, de suas necessidades pessoais e se colocar a serviço e disposição do grupo, das outras pessoas, da natureza ilimitada?
Outra palavra é gaman: aguentar, suportar. Educação para ser capaz de suportar dificuldades e superá-las.
Assim, os eventos de 11 de março no Nordeste japonês, surpreenderam o mundo de duas maneiras.
A primeira pela violência do tsunami e dos vários terremotos, bem como pelo perigo de radiação das usinas nucleares de Fukushima.
A segunda pela disciplina, ordem, dignidade, paciência, honra e respeito de todas as vítimas.
Filas de pessoas passando baldes, cheios e vazios, de uma piscina para os banheiros.
Nos abrigos a surpresa das repórteres norte-americanos: ninguém queria tirar vantagem sobre ninguém. Compartilhavam cobertores, alimentos, dores, saudades, preocupações, massagens. Cada qual se mantinha em sua área. As crianças não faziam algazarra, não corriam e gritavam, mas se mantinham no espaço que a família havia reservado.
Não furaram as filas para assistência médica – quantas pessoas necessitando de remédios perdidos - mas esperaram sua vez, também, para receber água, usar o telefone, receber atenção médica, alimentos, roupas e escalda-pés singelos, com pouquíssima água.
Compartilharam, também, do resfriado, da falta de água para higiene pessoal e coletiva, da fome, da tristeza, da dor, das perdas de verduras, leite, da morte.
Nos supermercados lotados e esvaziados de alimentos, não houve saques. Houve a resignação da tragédia e o agradecimento pelo pouco que recebiam. Ensinamento de Buda, hoje enraizado na cultura e chamado de kansha no kokoro: coração de gratidão.
Sumimasen é outra palavra chave. Desculpe, sinto muito, com licença. Por vezes me parecia que as pessoas pediam desculpas por viver. Desculpe causar preocupação, desculpe incomodar, desculpe precisar falar com você, ou bater à sua porta. Desculpe pela minha dor, pelo minhas lágrimas, pela minha passagem, pela preocupação que estamos causando ao mundo. Sumimasem. Quando temos humildade e respeito pensamos nos outros, nos seus sentimentos, necessidades. Quando cuidamos da vida como um todo, somos cuidadas e respeitadas.
O inverso não é verdadeiro: se pensar primeiro em mim e só cuidar de mim, perderei. Cada um de nós, cada uma de nós é o todo manifesto.
Acompanhando as transmissões na TV e na Internet pude pressentir a atenção e cuidado com quem estaria assistindo: mostrar a realidade, sem ofender, sem estarrecer, sem causar pânico. As vítimas encontradas, vivas ou mortas eram gentilmente cobertas pelos grupos de resgate e delicadamente transportadas – quer para as tendas do exército, que serviam de hospital, quer para as ambulâncias, helicópteros, barcos, que os levariam a hospitais.
Análise da situação por especialistas, informações incessantes a toda população pelos oficiais do governo e a noção bem estabelecida de que “somos um só povo e um só país”.
Telefonei várias vezes aos templos por onde passei e recebi telefonemas. Diziam-me do exagero das notícias internacionais, da confiança nas soluções que seriam encontradas e todos me pediram que não cancelasse nossa viagem em Julho próximo.
Aprendemos com essa tragédia o que Buda ensinou há dois mil e quinhentos anos: a vida é transitória, nada é seguro neste mundo, tudo pode ser destruído em um instante e reconstruído novamente.
Reafirmando a Lei da Causalidade podemos perceber como tudo está interligado e que nós humanos não somos e jamais seremos capazes de salvar a Terra. O planeta tem seu próprio movimento e vida. Estamos na superfície, na casquinha mais fina. Os movimentos das placas tectônicas não tem a ver com sentimentos humanos, com divindades, vinganças ou castigos. O que podemos fazer é cuidar da pequena camada produtiva, da água, do solo e do ar que respiramos. E isso já é uma tarefa e tanto.
Aprendemos com o povo japonês que a solidariedade leva à ordem, que a paciência leva à tranquilidade e que o sofrimento compartilhado leva à reconstrução.
Esse exemplo de solidariedade, de bravura, dignidade, de humildade, de respeito aos vivos e aos mortos ficará impresso em todos que acompanharam os eventos que se seguiram a 11 de março.
Minhas preces, meus respeitos, minha ternura e minha imensa tristeza em testemunhar tanto sofrimento e tanta dor de um povo que aprendi a amar e respeitar.
Havia pessoas suas conhecidas na tragédia?, me perguntaram. E só posso dizer: todas. Todas eram e são pessoas de meu conhecimento. Com elas aprendi a orar, a ter fé, paciência, persistência. Aprendi a respeitar meus ancestrais e a linhagem de Budas.
Mãos em prece (gassho)
Monja Coen

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A ENERGIA DO CONTROLE


Imagine a seguinte situação: você está organizando a sua viagem de férias. Começa meses antes a pesquisar um lugar para ir passar seus 15 dias de folga. Realiza várias buscas na internet, visita agências de viagem, compara os pacotes, o meio de chegar ao destino, as vantagens que cada um oferece. Escolhe o melhor custo-benefício dentro do que você quer.
Agora passa a organizar a sua mala para providenciar todos os itens necessários para os 15 dias.
Depois, combina com uma pessoa de vir a sua casa neste período para dar comida ao seu peixe e molhar suas plantas.
Seleciona o telefone de um taxista que virá buscá-la para levar ao aeroporto.
Pronto, agora é só contar os dias para viver o seu paraíso.
Dois dias antes da viagem repassa a mala, fala com o taxista, confirma a pessoa que cuidará da sua casa. Tudo sob controle. Controle?
No dia seguinte recebe um recado da pessoa que cuidaria do seu peixe. Está doente, não poderá ir. O que você faz? Grita loucamente ao telefone para a pessoa que isso não é justo que já estava tudo planejado? Um stress desnecessário, já que ela não virá mesmo!
O problema não está no imprevisto, mas em como reagimos a ele. Quem pensa ter tudo sob controle sofre em dobro.
Planejar é útil e necessário, mas encarcerar o planejamento é desgastante e faz com que a pessoa não consiga enxergar uma saída alternativa das situações que fogem ao que foi estabelecido anteriormente.
A energia colocada no controle e não no planejamento transforma a pessoa em escrava da situação, causando um desgaste tão grande que pode, até, levar à depressão.
Uma boa opção é encarar as novas situações, as mudanças repentinas, como um presente do Universo, que sempre busca o melhor meio de nos conectar a experiências valiosas para nosso engrandecimento pessoal.
O que fazer, então? Busque alternativas, mantenha a cabeça fria. Não pragueje, deixe fluir.
Não é um aprendizado fácil para os controladores inveterados, mas é possível e fará de quem assim age uma pessoa mais feliz, mais leve e pronta para encarar os desafios de forma positiva e enriquecedora.
Controle menos, viva mais!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A ENERGIA DA MUDANÇA


Dizem que entramos numa era regida por Chiron, arquétipo do curador, do terapeuta, do médico holístico. Metade homem, metade animal, Chiron tinha uma ferida incurável, fonte de muitas dores e sofrimentos. Segundo a mitologia, Chiron era imortal, portanto, estava condenado a sofrer essa ferida para sempre. Então, ele fez um acordo com Zeus e trocou sua imortalidade por sua cura. O simbolismo do mito ensina que para curar é preciso morrer, morrer para um estado de ser para renascer em outro.
E assim ele se torna um curador na arte de curar o corpo (sua ferida) e de curar o espírito (morte/renascimento). Nasce a antiga medicina holística, da síntese entre os cuidados do corpo e do espírito. Por isso os terapeutas eram sacerdotes e os sacerdotes, terapeutas.
Esse pequeno relato mostra que no início, o saber era transdisciplinar, holístico, integrado. Por que não resgatar esse princípio tão necessário à nossa época? Mas, para isso, seria preciso que houvesse uma abertura maior do universo acadêmico e uma compreensão mais holística da existência humana.
Nunca entendi muito bem a necessidade de divisão entre as disciplinas, as especializações, a setorização do conhecimento. Os cursos e as formações acadêmicas disponíveis hoje são estritamente disciplinares: ou você é um especialista disto, ou daquilo. Como ampliar o alcance do nosso olhar, da escuta, do saber? Quando se tem um médico que atua fisiologicamente, ele não foi preparado para entender o psiquismo ou as formações do inconsciente; quando se tem um psicólogo que escuta as dores da alma, ele não sabe quase nada sabe do corpo físico. Quando se fala em espiritualidade, temos de procurar um sacerdote porque estamos no campo da fé, da religião.
Eu me pergunto: onde estão essas divisões no ser? Quem determinou quando termina o físico e começa o psíquico? Porque o espírito é sempre deixado de fora como se não fizesse parte de nós? Somos seres transdisciplinares (para além das disciplinas), holísticos e integrados; fazemos parte do Todo.
Em novembro de 1994 aconteceu em Portugal o Primeiro Congresso Mundial de Transdisciplinaridade. Na ocasião foi redigida uma Carta, constituindo uma espécie de contrato moral para todos aqueles que comungam os princípios transdisciplinares. Nela se propunha uma nova visão de ser humano como integrante de uma ordem mais ampla, que abrange a dimensão cósmica e planetária. O planeta Terra é reconhecido como a pátria de todos, além das nacionalidades. Em relação à ciência, esta Carta propõe a abertura do conhecimento também ao imaginário, à sensibilidade, à intuição e à subjetividade.
A ética preconizada pela Carta afirma três princípios básicos, que são: o rigor, a abertura e a tolerância. Isto significa que, mesmo abrindo-se a ciência para a subjetividade, o rigor é necessário. A abertura significa a aceitação do desconhecido, do inóspito, do imprevisível, daquilo que foge ou está além de nossas conceituações teóricas; e a tolerância é o respeito e o reconhecimento da diferença, do outro, daquilo que ultrapassa nosso entendimento e limitações pessoais.
Surgiu, portanto, esta visão transdisciplinar, de uma urgência de comunicação entre os saberes fragmentados e das especializações, que reduziam o ser humano a ser mero receptáculo de conhecimentos e tecnologias cada vez mais avançadas - mas ele mesmo, o sujeito, silencioso e ausente. Surgiu para mostrar que não podemos continuar a fragmentar a vida em partes separadas entre si.
Uma das mudanças práticas da transdisciplinaridade aplicada à política é que a economia deve estar a serviço do ser humano, e não o contrário. Ora, viva!
É isso que esse novo conceito holístico e integrativo está tentando nos mostrar. Para ver a luz, precisamos sair da caverna de nossas especializações, de nosso olhar pequeno e limitado, e redimensionar, mudar o foco para outras maneiras de ver as coisas. E quando a nossa visão de mundo muda, o mundo também muda.
*Por Mani lvarez - CLASI - www.clasi.org.br