sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A ENERGIA DA AUTONOMIA

Esta semana comemora-se os 20 anos de liberdade de Nelson Mandela, ícone de resistência e liberdade africanos.
Passei a pensar, então, qual, entre todas as possibilidades auxiliou Mandela nestes 20 anos de privação da liberdade.
Claro que muito de sua resistência se deveu a sua crença firme na liberdade de seu povo. Porém, precisou existir algo de pessoal nesta questão. Algo que o mantivesse lúcido e motivado ao longo da mesmice dos anos.
A revista Vida Simples de janeiro de 2010 – Ed. 88 - traz a matéria “Sobre Os Próprios Pés”, de Liane Alves, que aponta um caminho para esta questão.
O texto trata de independência e autonomia, termos mal interpretados em nossa sociedade.
Todo jovem quer ser independente. Pessoas estão no mercado de trabalho para alcançar a independência. Certo? Errado...
Ninguém é independente totalmente. Como diz Liane “a independência pode facilmente se tornar arrogante e falastrona. A outra, a autonomia, se manifesta firme e sólida como uma rocha. Saber diferenciar uma da outra é essencial para aumentar nossa confiança e integridade e também para aprendermos a baixar a crista na hora da prepotência.”Ser independente em nossa cultura leva algumas pessoas a levantar a crista e expulsar o outro da sua vida. Mas, e se formos parar numa cama? O que acontece com esse ideal tortuoso de independência?
Talvez tenha sido essa diferença que ajudou Mandela a resistir placidamente em seu cativeiro. Naquele momento ele não tinha a independência, mas tinha autonomia! E sua capacidade de resistência diante da adversidade e criatividade, muito necessária em sua situação, ajudaram-no a reforçar o sentido de autonomia.
Lembrando, a bom tempo, que a dependência não é o terror dos terrores, uma vez que, ser dependente é condição natural e inerente a todo animal em alguma fase da vida ou todas elas, cada um a sua maneira: dependência para sobrevivência no início da vida, financeira, afetiva, mental, social... O problema é se viciar na dependência mesmo quando estamos aptos e prontos para exercitar nossa autonomia.
Dentre os animais o ser humano, em especial, precisa de relacionamentos e do desenvolvimento da consciência para se tornar um adulto que exercite suas potencialidades, que seja capaz de fazer escolhas, arcar com as consequências delas e manter, assim, sua autonomia. Isto é amadurecer de forma saudável!
E muitos de nós vamos ter trabalho redobrado para alcançar a autonomia pelo fato de ser, em alguns casos, mais cômodo e confortável não amadurecer. Dá trabalho ser responsável por si mesmo e não é fácil nos colocarmos na condição de risco e vulnerabilidade que faz parte da existência do ser maduro.
Para ser autônomo de verdade, o ser humano precisa desenvolver as seguintes qualidades:
- coragem de arriscar e superar obstáculos;
- ajuda de quem pensa igual;
- criatividade;
- empreendedorismo;
- resiliência (que é mais ou menos sacudir a poeira, dar a volta por cima e tentar de novo);
- não ter medo de errar, fracassar, perder ou se prejudicar.

Esta é a energia da autonomia. Aproveite!

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